sábado, 22 de maio de 2010

Diversidade e cidadania

1) Leia com atenção :


Menina bonita do laço de fita



(Ana Maria Machado)



Era uma vez uma menina linda, linda.

Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes.

Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.

Do lado da casa dela morava um coelhinho branco.

O coelho era apaixonado pela cor da menina, e queria descobrir como ficar negro.

No final, o coelho entendeu que cada um tem a cor herdada de seus antepassados. E que para ter uma filha pretinha como a menina teria que casar-se com uma coelha "escura como a noite".



2) Responda:



a) Como eram os olhos da menina?





b) Como eram os cabelos da menina?







c) Quem morava do lado da casa da menina?







d) O que o coelho queria descobrir?





Fonte. http://www.professoragege.com/

sexta-feira, 16 de abril de 2010

EJA EM EMBU

Eja - Educação de Jovens e Adultos

Formar cidadãos plenos, com o compromisso de expandir o ensino dirigido à população maior de quinze anos, que nunca havia freqüentado uma escola ou, no máximo, cursou até a primeira série do ensino fundamental.

Programas da Prefeitura de Embu das Artes são referências em alfabetização

A Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Educação, vem investindo na alfabetização e na educação de jovens e adultos através do MOVA (Movimento de Alfabetização de Adultos) e da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Segundo o Censo 2000, aproximadamente 25% da população de Embu tem baixa escolaridade, sendo que 7,7% dos habitantes com 15 anos ou mais são analfabetos absolutos. Com base nestes dados, os programas vêm crescendo e se destacando cada vez mais por assegurar a todos o direito ao estudo.

O MOVA, conveniado ao Brasil Alfabetizado, do Governo Federal, é referência para vários estudiosos de educação, tanto que as coordenadoras do curso do município foram convidadas para proferir palestras em diversos estabelecimentos de ensino, como Pontifícia Universidade Católica (PUC), Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), Universidade Federal de Uberlândia, entre outras. Além disso, o vídeo explicativo do programa está disponível em vários sites de educação, inclusive no da Universidade de São Paulo (USP), na seção Biblioteca Virtual.

A EJA também é bastante reconhecida. Recentemente representantes do programa participaram do VII ENEJA (Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos), em Brasília. O evento acontece desde 1999 e tem como objetivo discutir avanços e diretrizes para o seguimento de educação de jovens e adultos.

O material didático utilizado no curso de alfabetização é o mais simples possível, porém eficaz. É com recortes de notícias de jornais e revistas, palavras cruzadas, folhetos de comércio em geral, entre outros, que os alunos entram em contato com as palavras. Atualmente existem mais de 60 núcleos do MOVA e da EJA distribuídos em diversos bairros da cidade, sendo que alguns deles são voltados para a 3a idade, deficientes físicos e autistas.

Desde o início dos programas (EJA em 2001 e MOVA em 2002) aproximadamente 12 mil pessoas já se formaram. Segundo as coordenadoras dos cursos, a média de idade dos freqüentadores é 45 anos e na maioria na maioria mulheres.

Os interessados em ser um educador do MOVA tem de ter no mínimo o 2º grau completo ou experiência comprovada em educação popular; ser morador do município e, preferencialmente, do bairro; comprometer-se a participar da construção do projeto pedagógico do Movimento de Alfabetização. Em troca, devem participar de cursos de formação do Mova-Embu; formar salas de aula com no mínimo 15 e no máximo 25 educandos; ministrar aulas de 2a a 6a - feira, com duração de 3 horas diárias, nos turnos em que houver necessidade; participar das reuniões pedagógicas semanais.

Para participar da EJA a idade mínima é 14 anos e do MOVA, 15. Não há limite de idade para ambos os cursos. Informações através do site: http://www.embu.sp.gov.br/ e ouvidoria.

Núcleos do EJA

Eng Velho: Em Iodoque Rosa R. Marques Pombal, 50
Jd Batista: Em Villa Lobos R Peroba, 90
Jd Castilho: E.M Jatobá Av Rotary, 3621
Jd Dom José: E.M Pau Brasil R Tatuí, 40
Jd Dos Moraes: Em Elza Marreiro Medina R Bolívia, 200
Jd Julia: E.M Jacarandá Estr Itapecerica A C Limpo, 665
Jd Mimás: Em Janaina Agostinho Oliveira R Austrália. 32
Jd N.Sra.De Fátima: Em Reynaldo Ramos De S Da Gama R Narumi Nakayama, 100
Jd Novo Campo Limpo: Em Jose Salvador Julianelli R Guaíba, 50
Jd Pinheirinho: Em Jequitibá R Cajueiro, 44
Jd Santa Emília: Em Paulo Freire Estr. De Itapecerica À Campo Limpo, 1904
Jd São Luis: E.M Nilza Prestes R Angola, 19
Jd São Marcos: Ced Armando Vidigal (Educação Especial) R. Augusto De Almeida Batista, 354
Jd Silvia: Em Mauro Ferreira Da Silva Est Prof. Candido Mota Filho, 1071
Jd Sta Clara: Em Jd Marajoara R Tabarana, 40
Jd Sta Tereza: Em Jornalista José Ramos Av. Sta Tereza, 02
Jd Sto Antonio: E.M Santo Antonio Estr Quinta Do Morro, 500
Jd Sto Eduardo: Em Antonia Augusta D De Moraes R Ana Maria, 150
Jd Taima: Em Maria Josefina De A Carvalhoazteca R Henfil Henriques, 30
Jd Valo Verde: Em Amilton Suga Gallego São Caetano, 192
Pq Jane: Em Astrogilda De Abreu Sevilha São Rafael, 59
Pq Pirajussara: Em Valdelice A Medeiros Prass R Joaçaba, 40
Vila Olinda: Em Herminio Espósito R Belgrado, 55


Pesquisa e índices referentes a eja

Mova e Educação De Jovens E Adultos (Eja) No Brasil

1. INTRODUÇÃO

A educação possibilita ao individuo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extra-escolar e na própria vida, com vistas a um nível técnico e profissional mais qualificado. Também é oferecido pelos sistemas de ensino cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando assim progressivamente os estudos em caráter regular.

A educação de Jovens e Adultos representa uma possibilidade que pode contribuir para efetivar um caminho e desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Planejar esse processo é uma grande responsabilidade social e educacional, cabendo ao professor no seu papel de mediar o conhecimento, ter uma base sólida de formação.

A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (Declaração de Hamburgo sobre a EJA).

O principal objetivo da Educação de Jovens e Adultos é: de auxiliar cada individuo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser. Durante vários anos foram desenvolvidos projetos para a alfabetização de Jovens e adultos, destaca-se, portanto, alguns deles: O Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, de 1967-1985; fundação Educar, de 1986-1990 e o Programa Brasil Alfabetizado, de 2003 até o momento atual.

Na Constituição Federal de 1988 e a LDB, confere aos municípios a responsabilidade do Ensino Fundamental, e estabelece que aos sistemas de ensino cabe assegurar gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de trabalho. Também cabe a esses sistemas de ensino, viabilizar e estimular o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre os diversos setores das esferas públicas.


EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A educação de jovens e adultos (EJA) é vista como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola.
Por conseguinte, se faz necessário hoje a capacitação continuada em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude.
O processo de educação no indivíduo tem três dimensões sendo estes: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão, todos precisam se atualizar. No social (sendo este, a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece. (IRELAND, 2009, p. 36).
Desta forma, não basta somente capacitação dos alunos para futuras habilitações nas especializações tradicionais. Trata-se de ter em vista a formação destes para o desenvolvimento amplo do ser humano, tanto para o mercado de trabalho, mas também para o viver em sociedade.

2.1 A história da Educação de Jovens e adultos no Brasil
Para se ter alguma noção de como a Educação de Jovens e adultos aconteceu no Brasil, se faz necessário um retrospecto da história das últimas quatro décadas da ação do Estado no campo da EJA. Sendo estes: “Fundação Mobral (1967 – 1985), da Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Fundação Educar (1986 – 1990) e do Programa Brasil Alfabetizado (2003 – atual)” (SUZUKI, 2009, p. 16).
Como ponto de partida é o Movimento Brasileiro de Alfabetização – Fundação Mobral foi criado no período da ditadura militar para responder às necessidades do Estado autoritário.
O Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado em 1967 (embora só inicie suas atividades em 1969) e funcionando com uma estrutura paralela e autônoma em relação ao Ministério da Educação, reedita uma campanha em âmbito nacional conclamando a população a fazer a sua parte: “você também é responsável, então me ensine a escrever, eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber”. O Mobral surge com força e muitos recursos. Recruta alfabetizadores sem muitas exigências: repete-se, assim, a despreocupação com o fazer e o saber docentes – qualquer um que saiba ler e escrever pode também ensinar. Qualquer um, de qualquer forma e ganhando qualquer coisa (GALVAO; SOARES, 2004, p. 45-46).
Desta maneira, foram recrutados pessoas que sabiam ler e escrever para ensinar quem não sabia ler ou escrever. Essas pessoas muitas vezes só tinham este conhecimento, na maioria das vezes não tinha nenhum grau de escolaridade.
O Mobral foi extinto em 1985, surgindo desta forma a Fundação Educar, que desempenhou um papel relevante na atuação do Ministério da Educação junto a Prefeituras municipais e organizacionais da sociedade civil, com destaque nos movimentos sociais e populares.
Mudanças significativas foram perceptíveis na condução da formação do educador e na concepção político-pedagógico do processo de ensino-aprendizagem. O período foi marcado pelos conflitos entre Estado e Movimentos Sociais originários pelo atraso no repasse dos recursos e na defesa da autonomia dos movimentos na condução dos processos pedagógicos. (FARIAS, 2006, p. 16).
No ano de 1990, sendo este ano Internacional da Alfabetização aconteceu o contrário, ao invés do Governo de Fernando Collor de Mello dar prioridade a Educação simplesmente aboliu a Fundação Educar, sendo que não criou nenhuma outra instância que assumisse suas funções. Desta forma, a partir deste ano o Governo ausenta-se como articulador e indutor de uma política de alfabetização de jovens e adultos no Brasil. Em 2002, na gestão do governo de Luís Inácio Lula da Silva, foi criado o Programa Brasil Alfabetizado e das Ações de continuidade da EJA.

Conclusão

Considerando a trajetória da EJA no Brasil, este tem sido pautado por campanhas ou movimentos desenvolvidos, a partir da administração federal, com envolvimento de organizações da sociedade civil, visando à realização de propostas ambiciosas de eliminação do analfabetismo e formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo.
Nos dias de hoje a alfabetização não visa somente à capacitação do aluno para o mercado de trabalho é também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania.

REFERÊNCIAS
FARIAS, Adriana Medeiros. Alfabetização e educação popular no contexto das politicas públicas. In: Simpósio Estadual de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos, 1., 2006, Pinhão. Anais... Curitiba: SEED/PR, 2006. p. 14-21.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira; SOARES, Leôncio José Gomes. História da alfabetização de adultos no Brasil. In: ALBUQUERQUE, Eliane Borges Correia de; LEAL, Telma Ferraz. Alfabetização de jovens e adultos: em uma perspectiva de letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 2004, p. 27-58.
IRELAND, Timothy. A EJA tem agora objetivos maiores que a alfabetização. Nova escola. São Paulo. N. 223, p. 36 – 40, 2009.
SUZUKI, Juliana Telles Faria. Tecnologias em educação: pedagogia/ Juliana Telles Faria Suzuki, Sandra Reis Rampazo. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

Indíces - EJA

Alunos de 18 a 24 anos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental Segundo os dados coletados pelo Censo Escolar da Educação Básica 2005, os alunos na faixa etária de 18 a 24 anos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental, totalizando mais de 925 mil matrículas. Os estudantes com idade entre 15 a 17 anos também se destacam, com cerca de 560 mil registros. E os alunos das faixas etárias de 25 a 29 anos, de 30 a 34 anos e de 35 a 39 anos, da mesma forma, têm grande participação nesta modalidade de ensino: com 487.723, 405.607 e 345.261 matrículas, respectivamente.
Jovens com idade entre 18 e 24 anos também são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino médio Assim como ocorre na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental, os jovens com idade entre 18 e 24 anos também são maioria na EJA presencial de ensino médio. No total são 552.456 estudantes dessa faixa etária, matriculados. Já os alunos da faixa etária de 25 a 29 anos são, ao todo, 223.798, superando os grupos com idades entre 30 e 34 anos (160.084) e 35 a 39 anos (120.587).
Participação de homens e mulheres no EJA presencial é praticamente a mesma As informações coletadas pelo Censo Escolar da Educação Básica 2005 demonstraram que a participação de homens e mulheres na Educação de Jovens e Adultos (EJA) presencial é praticamente a mesma, com ligeira vantagem para elas, de quase 4,5 mil matrículas. Ou seja, do total de 4.619.409 matrículas registradas na EJA Presencial no ano passado, 50,05% são de estudantes do sexo feminino e 49,95% são do sexo masculino. Ver Gráfico 3.
Pardos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial Os alunos que se consideram pardos são praticamente 42% do total de 4.619.409 matrículas registradas na Educação de Jovens e Adultos presencial, em 2005. Os brancos representam quase 25% e os alunos que não declararam sua raça/cor, 19,8%. Já os que se consideram negros são 11,5% dos matriculados, enquanto os amarelos são 1,16% e os indígenas, 0,76%. Ver Gráfico 4. Este item do Censo Escolar da Educação Básica é coletado por meio de uma pergunta feita aos próprios alunos ou a seus pais, os quais respondem livremente, sem a interferência de professores ou de dirigentes escolares.
EJA presencial teve mais de 1,2 milhões de concluintes em 2004 O Censo Escolar da Educação Básica 2005 revelou que, em 2004, houve 1.245.967 alunos concluintes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) presencial. Deste total, 24,74% (308.207) pertenciam ao ensino fundamental de 1ª a 4ª série, 40,73% (507.473) ao ensino fundamental de 5ª a 8ª série e 34,53% (430.287) ao ensino médio. Ver Gráfico 5.
Mais de 72% das funções docentes da Educação de Jovens e Adultos são ocupadas por professores com nível superior completo Do total de 259.853 funções docentes existentes na Educação de Jovens Adultos, 72,61% são ocupadas por professores com nível superior completo, sendo 67,28 com licenciatura, 3,66% sem licenciatura mas com magistério e 1,67% sem licenciatura e sem magistério. As funções docentes ocupadas por professores com ensino médio completo estão mais concentradas nas classes de EJA do ensino fundamental (1ª a 4ª série e 5ª a 8ª série) e as ocupadas por professores que sequer possuem o ensino fundamental completo são praticamente inexpressivas, uma vez que representam apenas 0,11% do total.

O MOVA EM EMBU

Até 1980 havia no município, por iniciativa da Igreja Católica e de líderes comunitários uma ação de alfabetização no município, mas sem o apoio das administrações municipais. O MOVA nAsce no Embu, em 1980, articulando estes vários grupos da Igreja Católica e com o apoio do CEPIS (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapietiae). Em 2001 recebe o apoio financeiro da Prefeitura municipal, quando assume Geraldo Cruz, do Partido dos Trabalhadores. A partir de 2004, passa a receber o apoio financeiro do governo federal, através do Programa Brasil Alfabetizado. Desde de 2002 a prefeitura municipal entrega a cada educando um kit de material escolar e livros didáticos e o transporte para visitas pedagógicas da coordenação e para as formações.
Atualmente, pode-se dizer que o MOVA é uma mobilização da sociedade civil juntamente com o poder público para superar os índices de analfabetismo do município e a baixa escolaridade da população como um todo. Na medida em que se implementa o MOVA, há a necessidade de ampliação da EJA, pois temos como perspectiva motivar os educandos para a continuidade dos estudos. O objetivo é, portanto, assegurar a todos os jovens e adultos o direito a escolaridade, combatendo o preconceito em relação ao analfabeto, resgatando o seu direito à educação.
O MOVA está organizado em núcleos, com o número de 15 a 25 alunos, que funcionam em SABS - Sociedade Amigos de Bairro, salões de igrejas, escolas municipais, estaduais e residências. Os educandos são da comunidade local, com idade acima de 15 anos, sendo alguns deficientes. Há núcleos que atendem exclusivamente educandos da terceira idade e autistas. Do total da população de Embu, 206.781 habitantes (IBGE - 2000) 143.218 têm 15 anos ou mais, e destes 11.009, são analfabetos absolutos, ou seja, 7,7%. Há ainda por volta de 17% de moradores com até 3 anos de instrução. Este percentual somado ao indíce de 7,7% de analfabetos apresenta um indíce de aproximadamente 25% da população com baixa escolaridade.
O processo de alfabetização tem se dado em um período de aproximadamente 8 meses com de segunda a quinta com 3 horas-aula. O critério para os educadores é que tenham, no mínimo, nível médio de escolaridade ou experiência comprovada em educação popular. Os educadores passam por uma capacitação inicial de 30 horas e formação continuada mensal, financiadas pelo Brasil Alfabetizadoe são acompanhados e orientados, pela equipe da Secretaria de Educação, através de visitas aos núcleos, a uma prática sócio-construtivista e baseada nas ideias e pedagogia do educador Paulo Freire, buscando refletir sobre cada ação e construir o trabalho a partir da realidade e das lutas do bairro em que cada núcleo está inserido. Parte-se do presuposto de que todos ao se inserirem no processo educacional trazem consigo conhecimentos construídos através de sua história de vida. Partindo deste conhecimento procura-se refletir as questões centrais da alfabetização de jovens e adultos de uma relação dialética, desenvolvendo a ação, reflexão, ação.
Além da articulação interna no município o MOVA Embu, participa do movimento nacional de alfabetização, tendo presença registrada em todos os encontros desde 2002, que aconteceram consecutivamente no Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Brasília, Ceará, São Paulo e dos encontros regionais Sudeste desde 2005, em Guarulhos-SP, Nova Iguaçu-RJ, e Diadema-SP, tendo recebido o Encontro Regional Sudeste em 2009 e devido ao sucesso do evento, foi indicado para receber o Encontro Nacional do MOVA, em 2012.
No ano de 2009 0 MOVA atendeu 600 jovens e adultos nos diversos bairros da cidade e tem por objetivo, além da alfabetização, dar oportunidade aos educandos de convívio social e cultural, oferecendo acesso ao teatro, cinema, museus, etc. Conta com duas pessoas na coordenação e 33 educadores populares.
Como resultado, tem -se o número de atendimento realizado em cada ano, exposto no quadro abaixo, chegando a um total de 7072 estudantes.
NÚMERO DE ATENDIMENTOS
Ano - Alunos
2002 - 800
2003 - 1080
2004 - 1240
2005 - 930
2006 - 874
2007 - 874
2009 - 600

FONTE de PESQUISA: Prefeitura de Embu

sábado, 13 de março de 2010

Projeto Transdisciplinar

ATIVIDADES TRANSDISCIPLINARES: ENSAIOS DE UM PROJETO DE ENSINO PARA A EJA II.

Bento Nascimento – SME/ Campinas-SP.

Daniela Manini e Cláudio Borges, EMEF Dulce dmanini@uol.com.br, borgescl@uol.com.br


1) Descrição do projeto e dos objetivos:

O projeto das Atividades Transdisciplinares (doravante, ATs) surgiu a partir da constatação das dificuldades nas habilidades de leitura e escrita apresentadas pelos alunos da EJA II na EMEF Professora Dulce Bento Nascimento. Cientes desse problema, os professores deste segmento, juntamente com a direção e orientação pedagógica da escola, elaboraram um projeto de atividades visando a minimizar tais defasagens e o encaminharam à Secretaria Municipal de Educação no segundo semestre de 2005.

Um aspecto característico do projeto foi a modificação da grade curricular.Cada disciplina ficou com três aulas semanais e, durante a semana, quatro aulas são destinadas para o desenvolvimento das ATs (duas na quarta e duas na quinta-feira), momento em que alunos dos quatro termos são divididos em três grupos e, em cada grupo, dois professores (eventualmente três) orientam atividades de leitura, interpretação e produção de textos dos mais variados gêneros, selecionados em função de um tema comum a ser abordado pelo grupo.

É importante ressaltar que as habilidades de leitura e escrita são pré-requisitos em todas as disciplinas, daí a necessidade de trabalhá-las de modo transdisciplinar, isto é, envolvendo todos os professores e utilizando gêneros textuais que se relacionam às diversas áreas do conhecimento.

Não é demais salientar que uma das principais metas dos educadores, sobretudo dos que trabalham com a EJA e lidam diretamente com a exclusão, é promover o letramento, isto é, levar o aluno ao domínio apropriado da leitura e da escrita, relacionando-as à oralidade quando necessário, para as práticas sociais em que deverá fazer uso das mesmas (Soares, 2003), haja vista que, em uma sociedade grafocêntrica como esta em que vivemos, um indivíduo capaz de realizar as várias leituras e escritas que tal sociedade nos impõe terá mais autonomia e capacidade para realizar suas escolhas.

Além das ATs, há também um sistema, ao qual chamamos de Tutoria, que consiste em uma dupla de professores ficar responsável pelo acompanhamento das atividades escolares de um grupo de alunos . Os dois professores responsáveis por determinado termo têm a tarefa de informar aos alunos seu rendimento em cada disciplina, tirar suas dúvidas quando possível ou encaminhá-los para as atividades de reforço/ aulas-extras, bem como indagar o motivo de várias ausências seguidas, procurando sempre trazer os alunos para a escola.

O projeto prevê também assembléias semestrais, entre alunos e professores, para a avaliação das atividades do curso. O sistema de avaliação do curso é semestral, respeitando as necessidades específicas da Educação de Jovens e Adultos, que organiza o tempo da seriação por semestres. A seguir trazemos o exemplo de uma AT, a fim de ilustrarmos como se desenvolve o principal aspecto do nosso projeto de ensino para a EJA II.

2) Procedimentos adotados e alguns resultados a partir do filme:

A partir do filme Dois filhos de Francisco, a que os alunos desejavam assistir desde o seu lançamento, desenvolvemos algumas atividades; aproveitamos para associar esse desejo às diversas possibilidades de leitura que o filme permite. No primeiro dia de atividade, o filme foi projetado em um telão, no refeitório da escola, com todas as turmas e os professores presentes, em clima de entusiasmo. Ao final do filme, alguns alunos bateram palmas, tamanha a empolgação com a história.


No segundo dia, as turmas foram novamente agrupadas em três. Cada grupo iniciou as atividades com um debate sobre as impressões que o filme havia causado: cenas marcantes, personagens interessantes, a determinação do Francisco, os sonhos, as conquistas dos personagens, os lugares diferentes, o que emocionou, o que foi inusitado, e outras questões que foram surgindo.

Após esse debate, que durou uma aula, os alunos tiveram como tarefa a produção de um texto relatando um pouco sua história de vida, os sonhos que carregam, as conquistas realizadas e as que estão por realizar. De início, para alguns, foi difícil pensar sobre o tema, principalmente para os adolescentes. Mas, aos poucos, todos foram se envolvendo com a proposta e começaram a escrever. Alguns concluíram o texto e o entregaram no mesmo dia, outros se comprometeram a entregar na semana seguinte.

No terceiro dia de atividade, os alunos receberam seus textos corrigidos e comentados e tiveram como tarefa a reescrita dos mesmos, revendo a adequação à proposta, a organização textual, a clareza na apresentação das idéias e fatos, e aspectos formais como ortografia, concordância e pontuação.

Terminada a tarefa dos alunos, os professores de cada grupo fizeram um comentário geral sobre a realização da atividade e os alunos participaram dizendo o quanto foi (ou não) interessante realizar tal proposta.

É válido ressaltar que vimos histórias de vida muito marcantes, tristes, bonitas, longas e, sobretudo, cheias de esperança; “mais interessantes que a do filme”, no dizer de alguns alunos. É bom dizer também que vários alunos terminaram seus textos em casa e nos entregaram antes do encontro seguinte, para que pudéssemos corrigi-los; isso revela o empenho e o interesse despertados pela atividade proposta. Até mesmo alunos que normalmente não escrevem nas atividades escolares de cada disciplina ou que escrevem pouco nos surpreenderam com suas histórias.

No quarto dia, a atividade foi sobre a linguagem cinematográfica e o que está envolvido na elaboração de um filme. Em cada grupo, os professores fizeram breves comentários sobre o que é roteiro, direção, produção e atuação em um filme, ouviram o que os alunos sabiam a respeito dessa linguagem e, em seguida, fomos todos ao refeitório onde estava projetado o telão para assistirmos ao making off do filme, aos depoimentos de diretores, atores e produtores, aos erros de filmagem, enfim, à linguagem envolvida na construção de um filme. Para alguns, isso foi uma grande novidade, para outros, uma linguagem já conhecida, mas nem por isso pouco interessante.

Após essa atividade, os alunos foram reagrupados com três equipes de professores e grupo fez uma atividade diferente, tendo como base o filme.

O grupo I realizou uma atividade de pesquisa e discussão sobre os seguintes temas:

a) Saúde pública; b) Qualidade de vida; c) Planejamento familiar; d) História da vacina.

Houve um debate sobre tais assuntos, sempre a partir do que o filme mostrou e relacionado aos conhecimentos dos alunos. Em seguida, houve uma divisão da turma em quatro grupos; cada grupo iniciou a pesquisa de um dos temas acima relacionados. As fontes para a pesquisa foram livros didáticos, artigos de jornais e revista e a Internet. Os resultados das pesquisas foram reunidos em anotações e na elaboração de painéis expositivos. Estas atividades foram desenvolvidas em dois encontros.

O grupo II também realizou uma atividade de pesquisa e discussão; os temas foram:

a) Migração; b) Trabalho infantil; c) Cidades e estados do Brasil.

Os alunos foram divididos em três grupos diferentes, cada qual com um assunto a pesquisar. Os professores orientaram o desenvolvimento das atividades, que seriam de leitura, interpretação, discussão e elaboração de painéis e cartazes sobre os temas. A fonte para a pesquisa foram livros didáticos, artigos de jornais e revista. Estas atividades foram desenvolvidas em dois encontros.

O grupo III propôs uma atividade focando o percurso da música sertaneja mostrado no filme:

Houve um debate inicial sobre o que os alunos entendiam sobre música sertaneja, a diferenciação entre a música sertaneja de raiz e a sertaneja romântica, que caracteriza a produção recente mostrada no filme. Beira-Mar e Carta pro Zé), marcadas pelo uso da rabeca e da viola caipira e por letras que falam sobre o cotidiano, a simplicidade, a alegria e a amizade, marcas da vida rural e temas comuns a todos nós.

Houve um debate sobre como entenderam as músicas e, por fim, ouvimos a música É o amor, de Zezé de Camargo, cantada por Maria Betânia; o arranjo não agradou os alunos. Em outro momento os alunos cantaram Romaria, Tristeza do Jeca, Luar do Sertão e, em seguida, cada grupo, com o professor Cláudio no violão, apresentou sua música para a sala.

Num outro dia os estudantes cantaram Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. É o amor, de Zezé di Camargo, cantada por todos os alunos do grupo e tocada pelo professor Cláudio e pelo aluno Mauro; O amor venceu a guerra, um rap cantado pelo aluno Reginaldo, e dois pagodes do grupo Revelação cantados pelos alunos Laura, Ester, Leandro e Reginaldo. Em outro encontro, os alunos foram divididos em grupos, cada grupo leu uma letra de canção sertaneja de raiz:

Após dois encontros para pesquisas, os grupos I e II finalizaram a elaboração dos painéis e ensaiaram o modo de fazer a apresentação. O grupo III sugeriu que os alunos levassem músicas de que gostassem e as apresentassem à turma; poderia ser qualquer estilo musical e os alunos teriam que justificar o porquê da escolha, comentar a letra e o ritmo com a classe e apresentá-la para a turma.

No encerramento das ATs houve a apresentação das atividades para toda a escola. Os alunos se reuniram no pátio e o grupo I iniciou falando sobre a história da vacina, relacionando o assunto ao fato de haver no filme um personagem vítima da poliomielite; em seguida, apresentaram um grande painel com imagens e frases sobre o que entendiam como sendo qualidade de vida. Por fim, apresentaram outro painel com dizeres e imagens sobre o que não é qualidade de vida.

O grupo II apresentou os resultados de suas pesquisas com vários painéis sobre os temas: trabalho infantil e fluxo migratório entre os estados brasileiros. Todos os alunos participaram: alguns apresentaram os painéis, outros fizeram leituras sobre os temas; para encerrar, fizeram uma bela apresentação da música

O grupo III também cantou, já que o tema das discussões foi a música sertaneja, em função do filme, e os estilos musicais preferidos pelos alunos. Foram apresentadas quatro canções:

3) Considerações finais:

A atividade descrita exemplifica como procuramos aproximar disciplinas e assuntos a partir de um tema comum nas ATs que desenvolvemos. Há várias outras propostas desenvolvidas que propiciaram o envolvimento de alunos e professores, comprovando que a aprendizagem situada, contextualizada e, sobretudo, ocorrida em situações de comunicação é realmente significativa a alunos e professores. Esta é a base do interacionismo sócio-histórico, proposto por Vygotsky ([1935] 2003).

Dentre os principais pontos dessa teoria, destacamos os seguintes:

a) todo aprendizado é mediado pela linguagem, portanto ocorre sempre em situações de interação;

b) o aprendizado começa muito antes de o indivíduo freqüentar a escola, por isso qualquer situação de aprendizado escolar tem sempre uma história prévia;

c) o aprendizado escolar produz algo novo no desenvolvimento do aprendiz, portanto toda situação de aprendizagem escolar deve considerar a

Com base nesses pressupostos orientamos nosso projeto pedagógico e acreditamos contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da EJA II, especialmente no que diz respeito às habilidades de leitura e escrita.

BIBLIOGRAFIA

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. . M. Cole et alli (orgs.). São Paulo: Martins Fontes, ([1935] 2003), 6ª edição.



VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores

segunda-feira, 8 de março de 2010

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS e a LDBEN

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.


§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:

I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;

II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.

§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames