Eja - Educação de Jovens e Adultos
Formar cidadãos plenos, com o compromisso de expandir o ensino dirigido à população maior de quinze anos, que nunca havia freqüentado uma escola ou, no máximo, cursou até a primeira série do ensino fundamental.
Programas da Prefeitura de Embu das Artes são referências em alfabetização
A Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Educação, vem investindo na alfabetização e na educação de jovens e adultos através do MOVA (Movimento de Alfabetização de Adultos) e da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Segundo o Censo 2000, aproximadamente 25% da população de Embu tem baixa escolaridade, sendo que 7,7% dos habitantes com 15 anos ou mais são analfabetos absolutos. Com base nestes dados, os programas vêm crescendo e se destacando cada vez mais por assegurar a todos o direito ao estudo.
O MOVA, conveniado ao Brasil Alfabetizado, do Governo Federal, é referência para vários estudiosos de educação, tanto que as coordenadoras do curso do município foram convidadas para proferir palestras em diversos estabelecimentos de ensino, como Pontifícia Universidade Católica (PUC), Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), Universidade Federal de Uberlândia, entre outras. Além disso, o vídeo explicativo do programa está disponível em vários sites de educação, inclusive no da Universidade de São Paulo (USP), na seção Biblioteca Virtual.
A EJA também é bastante reconhecida. Recentemente representantes do programa participaram do VII ENEJA (Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos), em Brasília. O evento acontece desde 1999 e tem como objetivo discutir avanços e diretrizes para o seguimento de educação de jovens e adultos.
O material didático utilizado no curso de alfabetização é o mais simples possível, porém eficaz. É com recortes de notícias de jornais e revistas, palavras cruzadas, folhetos de comércio em geral, entre outros, que os alunos entram em contato com as palavras. Atualmente existem mais de 60 núcleos do MOVA e da EJA distribuídos em diversos bairros da cidade, sendo que alguns deles são voltados para a 3a idade, deficientes físicos e autistas.
Desde o início dos programas (EJA em 2001 e MOVA em 2002) aproximadamente 12 mil pessoas já se formaram. Segundo as coordenadoras dos cursos, a média de idade dos freqüentadores é 45 anos e na maioria na maioria mulheres.
Os interessados em ser um educador do MOVA tem de ter no mínimo o 2º grau completo ou experiência comprovada em educação popular; ser morador do município e, preferencialmente, do bairro; comprometer-se a participar da construção do projeto pedagógico do Movimento de Alfabetização. Em troca, devem participar de cursos de formação do Mova-Embu; formar salas de aula com no mínimo 15 e no máximo 25 educandos; ministrar aulas de 2a a 6a - feira, com duração de 3 horas diárias, nos turnos em que houver necessidade; participar das reuniões pedagógicas semanais.
Para participar da EJA a idade mínima é 14 anos e do MOVA, 15. Não há limite de idade para ambos os cursos. Informações através do site:
http://www.embu.sp.gov.br/ e ouvidoria.
Núcleos do EJA
Eng Velho: Em Iodoque Rosa R. Marques Pombal, 50
Jd Batista: Em Villa Lobos R Peroba, 90
Jd Castilho: E.M Jatobá Av Rotary, 3621
Jd Dom José: E.M Pau Brasil R Tatuí, 40
Jd Dos Moraes: Em Elza Marreiro Medina R Bolívia, 200
Jd Julia: E.M Jacarandá Estr Itapecerica A C Limpo, 665
Jd Mimás: Em Janaina Agostinho Oliveira R Austrália. 32
Jd N.Sra.De Fátima: Em Reynaldo Ramos De S Da Gama R Narumi Nakayama, 100
Jd Novo Campo Limpo: Em Jose Salvador Julianelli R Guaíba, 50
Jd Pinheirinho: Em Jequitibá R Cajueiro, 44
Jd Santa Emília: Em Paulo Freire Estr. De Itapecerica À Campo Limpo, 1904
Jd São Luis: E.M Nilza Prestes R Angola, 19
Jd São Marcos: Ced Armando Vidigal (Educação Especial) R. Augusto De Almeida Batista, 354
Jd Silvia: Em Mauro Ferreira Da Silva Est Prof. Candido Mota Filho, 1071
Jd Sta Clara: Em Jd Marajoara R Tabarana, 40
Jd Sta Tereza: Em Jornalista José Ramos Av. Sta Tereza, 02
Jd Sto Antonio: E.M Santo Antonio Estr Quinta Do Morro, 500
Jd Sto Eduardo: Em Antonia Augusta D De Moraes R Ana Maria, 150
Jd Taima: Em Maria Josefina De A Carvalhoazteca R Henfil Henriques, 30
Jd Valo Verde: Em Amilton Suga Gallego São Caetano, 192
Pq Jane: Em Astrogilda De Abreu Sevilha São Rafael, 59
Pq Pirajussara: Em Valdelice A Medeiros Prass R Joaçaba, 40
Vila Olinda: Em Herminio Espósito R Belgrado, 55
Pesquisa e índices referentes a eja
Mova e Educação De Jovens E Adultos (Eja) No Brasil
1. INTRODUÇÃO
A educação possibilita ao individuo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extra-escolar e na própria vida, com vistas a um nível técnico e profissional mais qualificado. Também é oferecido pelos sistemas de ensino cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando assim progressivamente os estudos em caráter regular.
A educação de Jovens e Adultos representa uma possibilidade que pode contribuir para efetivar um caminho e desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Planejar esse processo é uma grande responsabilidade social e educacional, cabendo ao professor no seu papel de mediar o conhecimento, ter uma base sólida de formação.
A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (Declaração de Hamburgo sobre a EJA).
O principal objetivo da Educação de Jovens e Adultos é: de auxiliar cada individuo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser. Durante vários anos foram desenvolvidos projetos para a alfabetização de Jovens e adultos, destaca-se, portanto, alguns deles: O Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, de 1967-1985; fundação Educar, de 1986-1990 e o Programa Brasil Alfabetizado, de 2003 até o momento atual.
Na Constituição Federal de 1988 e a LDB, confere aos municípios a responsabilidade do Ensino Fundamental, e estabelece que aos sistemas de ensino cabe assegurar gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de trabalho. Também cabe a esses sistemas de ensino, viabilizar e estimular o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre os diversos setores das esferas públicas.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A educação de jovens e adultos (EJA) é vista como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola.
Por conseguinte, se faz necessário hoje a capacitação continuada em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude.
O processo de educação no indivíduo tem três dimensões sendo estes: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão, todos precisam se atualizar. No social (sendo este, a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece. (IRELAND, 2009, p. 36).
Desta forma, não basta somente capacitação dos alunos para futuras habilitações nas especializações tradicionais. Trata-se de ter em vista a formação destes para o desenvolvimento amplo do ser humano, tanto para o mercado de trabalho, mas também para o viver em sociedade.
2.1 A história da Educação de Jovens e adultos no Brasil
Para se ter alguma noção de como a Educação de Jovens e adultos aconteceu no Brasil, se faz necessário um retrospecto da história das últimas quatro décadas da ação do Estado no campo da EJA. Sendo estes: “Fundação Mobral (1967 – 1985), da Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Fundação Educar (1986 – 1990) e do Programa Brasil Alfabetizado (2003 – atual)” (SUZUKI, 2009, p. 16).
Como ponto de partida é o Movimento Brasileiro de Alfabetização – Fundação Mobral foi criado no período da ditadura militar para responder às necessidades do Estado autoritário.
O Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado em 1967 (embora só inicie suas atividades em 1969) e funcionando com uma estrutura paralela e autônoma em relação ao Ministério da Educação, reedita uma campanha em âmbito nacional conclamando a população a fazer a sua parte: “você também é responsável, então me ensine a escrever, eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber”. O Mobral surge com força e muitos recursos. Recruta alfabetizadores sem muitas exigências: repete-se, assim, a despreocupação com o fazer e o saber docentes – qualquer um que saiba ler e escrever pode também ensinar. Qualquer um, de qualquer forma e ganhando qualquer coisa (GALVAO; SOARES, 2004, p. 45-46).
Desta maneira, foram recrutados pessoas que sabiam ler e escrever para ensinar quem não sabia ler ou escrever. Essas pessoas muitas vezes só tinham este conhecimento, na maioria das vezes não tinha nenhum grau de escolaridade.
O Mobral foi extinto em 1985, surgindo desta forma a Fundação Educar, que desempenhou um papel relevante na atuação do Ministério da Educação junto a Prefeituras municipais e organizacionais da sociedade civil, com destaque nos movimentos sociais e populares.
Mudanças significativas foram perceptíveis na condução da formação do educador e na concepção político-pedagógico do processo de ensino-aprendizagem. O período foi marcado pelos conflitos entre Estado e Movimentos Sociais originários pelo atraso no repasse dos recursos e na defesa da autonomia dos movimentos na condução dos processos pedagógicos. (FARIAS, 2006, p. 16).
No ano de 1990, sendo este ano Internacional da Alfabetização aconteceu o contrário, ao invés do Governo de Fernando Collor de Mello dar prioridade a Educação simplesmente aboliu a Fundação Educar, sendo que não criou nenhuma outra instância que assumisse suas funções. Desta forma, a partir deste ano o Governo ausenta-se como articulador e indutor de uma política de alfabetização de jovens e adultos no Brasil. Em 2002, na gestão do governo de Luís Inácio Lula da Silva, foi criado o Programa Brasil Alfabetizado e das Ações de continuidade da EJA.
Conclusão
Considerando a trajetória da EJA no Brasil, este tem sido pautado por campanhas ou movimentos desenvolvidos, a partir da administração federal, com envolvimento de organizações da sociedade civil, visando à realização de propostas ambiciosas de eliminação do analfabetismo e formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo.
Nos dias de hoje a alfabetização não visa somente à capacitação do aluno para o mercado de trabalho é também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania.
REFERÊNCIAS
FARIAS, Adriana Medeiros. Alfabetização e educação popular no contexto das politicas públicas. In: Simpósio Estadual de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos, 1., 2006, Pinhão. Anais... Curitiba: SEED/PR, 2006. p. 14-21.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira; SOARES, Leôncio José Gomes. História da alfabetização de adultos no Brasil. In: ALBUQUERQUE, Eliane Borges Correia de; LEAL, Telma Ferraz. Alfabetização de jovens e adultos: em uma perspectiva de letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 2004, p. 27-58.
IRELAND, Timothy. A EJA tem agora objetivos maiores que a alfabetização. Nova escola. São Paulo. N. 223, p. 36 – 40, 2009.
SUZUKI, Juliana Telles Faria. Tecnologias em educação: pedagogia/ Juliana Telles Faria Suzuki, Sandra Reis Rampazo. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.
Indíces - EJA
Alunos de 18 a 24 anos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental Segundo os dados coletados pelo Censo Escolar da Educação Básica 2005, os alunos na faixa etária de 18 a 24 anos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental, totalizando mais de 925 mil matrículas. Os estudantes com idade entre 15 a 17 anos também se destacam, com cerca de 560 mil registros. E os alunos das faixas etárias de 25 a 29 anos, de 30 a 34 anos e de 35 a 39 anos, da mesma forma, têm grande participação nesta modalidade de ensino: com 487.723, 405.607 e 345.261 matrículas, respectivamente.
Jovens com idade entre 18 e 24 anos também são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino médio Assim como ocorre na Educação de Jovens e Adultos presencial de ensino fundamental, os jovens com idade entre 18 e 24 anos também são maioria na EJA presencial de ensino médio. No total são 552.456 estudantes dessa faixa etária, matriculados. Já os alunos da faixa etária de 25 a 29 anos são, ao todo, 223.798, superando os grupos com idades entre 30 e 34 anos (160.084) e 35 a 39 anos (120.587).
Participação de homens e mulheres no EJA presencial é praticamente a mesma As informações coletadas pelo Censo Escolar da Educação Básica 2005 demonstraram que a participação de homens e mulheres na Educação de Jovens e Adultos (EJA) presencial é praticamente a mesma, com ligeira vantagem para elas, de quase 4,5 mil matrículas. Ou seja, do total de 4.619.409 matrículas registradas na EJA Presencial no ano passado, 50,05% são de estudantes do sexo feminino e 49,95% são do sexo masculino. Ver Gráfico 3.
Pardos são maioria na Educação de Jovens e Adultos presencial Os alunos que se consideram pardos são praticamente 42% do total de 4.619.409 matrículas registradas na Educação de Jovens e Adultos presencial, em 2005. Os brancos representam quase 25% e os alunos que não declararam sua raça/cor, 19,8%. Já os que se consideram negros são 11,5% dos matriculados, enquanto os amarelos são 1,16% e os indígenas, 0,76%. Ver Gráfico 4. Este item do Censo Escolar da Educação Básica é coletado por meio de uma pergunta feita aos próprios alunos ou a seus pais, os quais respondem livremente, sem a interferência de professores ou de dirigentes escolares.
EJA presencial teve mais de 1,2 milhões de concluintes em 2004 O Censo Escolar da Educação Básica 2005 revelou que, em 2004, houve 1.245.967 alunos concluintes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) presencial. Deste total, 24,74% (308.207) pertenciam ao ensino fundamental de 1ª a 4ª série, 40,73% (507.473) ao ensino fundamental de 5ª a 8ª série e 34,53% (430.287) ao ensino médio. Ver Gráfico 5.
Mais de 72% das funções docentes da Educação de Jovens e Adultos são ocupadas por professores com nível superior completo Do total de 259.853 funções docentes existentes na Educação de Jovens Adultos, 72,61% são ocupadas por professores com nível superior completo, sendo 67,28 com licenciatura, 3,66% sem licenciatura mas com magistério e 1,67% sem licenciatura e sem magistério. As funções docentes ocupadas por professores com ensino médio completo estão mais concentradas nas classes de EJA do ensino fundamental (1ª a 4ª série e 5ª a 8ª série) e as ocupadas por professores que sequer possuem o ensino fundamental completo são praticamente inexpressivas, uma vez que representam apenas 0,11% do total.